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O que não me mata, me deixa mais forte

Como as empreendedoras brasileiras usaram suas habilidades para superar o difícil ano de 2020 e manter a máquina girando.


Imagem: Reprodução/Pinterest

Quem aí já pingou gotinhas de soro na máscara de cílios para prolongar um pouco mais o uso, ou inventou um prato diferente com as sobras de comida que se acumularam na geladeira (ao que carinhosamente chamamos de mexido), ou usou um pedaço de borracha pra manter o brinco preso à orelha quando perdeu a tarraxa, ou ainda usou extra brilho ou óleo secante pra reavivar a cor do esmalte ou disfarçar aquela cutícula? Ah gente, não venham me fazer sentir o alecrim dourado, dizendo que só euzinha faço essas coisas. Sejamos honestas: quem nunca?


Pois é, ao que parece essa habilidade de criar alternativas diante de problemas ou desafios corroborou entre outras coisas para que as mulheres se sobressaíssem no gerenciamento de seus negócios em meio à pandemia. Com o advento da pandemia e as medidas restritivas impostas para combatê-la, nos vimos da noite para o dia confinados aos limites de nossas casas. Serviços que não fossem essenciais não poderiam abrir as portas, shoppings deixaram de funcionar por meses e mesmo os supermercados e farmácias apostaram alto no serviço de delivery. Esse movimento foi acompanhado por muita gente. Segundo a Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) no período compreendido entre 23 de março e 31 de maio, 107 mil novas lojas online foram criadas no Brasil. E até nisto a mulherada despontou na frente!


Em pesquisa realizada pelo Sebrae junto à FGV em agosto de 2020, constatou-se que as mulheres foram mais ágeis na implementação das tecnologias aos seus negócios. 71% das mulheres usavam as redes sociais para comercializar seus serviços e produtos, enquanto apenas 63% dos homens faziam o mesmo. Outro dado que evidencia a “superioridade feminina” quando o assunto é canais de venda, reside na logística de entrega. O uso do delivery foi implementado em 19% dos negócios administrados por mulheres e 14% nos dos homens.


Além das habilidades já citadas anteriormente, outros aspectos importantes podem ser considerados para explicar essa supremacia feminina. O nível médio de escolaridade entre as empreendedoras é maior do que entre os empreendedores. Outro dado interessante e importante e que também pode justificar é que as mulheres que empreendem são mais jovens do que os homens: 24% delas têm até 35 anos, ante 18% deles.


Ainda assim, a vida das empreendedoras não é um mar de rosas (aliás, aproveitando, dia 08 de março está chegando: não nos deem flores, deem-nos oportunidades. #ficaadica). Estima-se que cerca de 50% das empreendedoras tiveram que fechar suas empresas, seja temporariamente ou mesmo de vez. Nós mulheres enfrentamos inúmeros desafios para tocar pra frente nossos próprios negócios. Por exemplo, a dupla, tripla, enésima jornada! Yes, nós mulheres assumimos múltiplos papéis, somos multitarefas (e cabem n questionamentos acerca disto, mas vou me abster de fazê-los por hora). Assumimos a direção de nossas empresas, mas não prevaricamos de nossas funções maternais, familiares, domésticas, acadêmicas/estudantis. Sim, jogamos nas quatro! Por conta disto, em geral, nossa média de tempo de dedicação à área profissional é 18% menor do que a dos homens. Outra barreira erigida pela cultura machista sob a qual vivemos, são as crenças limitadoras que relegam às mulheres somente os espaços de alimentação, moda e beleza, limitando a presença feminina em áreas como tecnologia e ciências exatas, isso restringe a diversificação dos nossos negócios ou demanda mais tempo para conquistar credibilidade e crescimento nestes setores.


Ainda assim, as empreendedoras não se deixaram abater e puseram a cabeça pra funcionar a fim de encontrar soluções. Seja inscrevendo-se em cursos de capacitação (mentorias, masterclass, workshops, etc), seja investindo em assessorias ou consultorias, seja inventando novos modos de fazer as coisas funcionarem, as mulheres deram um banho de criatividade, ousadia, inteligência emocional, competência e não deitaram diante da crise. No ano de 2020 com todos os seus dissabores, problemas, crises e desafios, segundo dados da Rede de Mulheres Empreendedora, o empreendedorismo feminino fechou com um crescimento de 40%.

Who run the world?

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